Conto - Mistério na Estrada.

contos de terror


Mistério na Estrada

John havia completado vinte e cinco anos de idade no ano de 1994, quando conseguira finalmente, e com muito esforço, formar-se na faculdade de Educação Física.

As coisas nunca foram muito fáceis para ele. Seu pai falecera quando ainda tinha apenas treze anos de idade. Sua vida estava apenas começando. Morava com sua mãe no interior de São Paulo. Vieram dos Estados Unidos quando ele era apenas um bebê.

John era filho único e sempre teve todos os mimos dos pais exclusivamente para ele. Isto de certa forma o prejudicou um pouco, pois, com a morte do pai, viu-se desorientado.

Seu pai fora um militar aposentado, servira o exército americano por longos trinta anos. Era um pai rígido, porém amoroso. Deixou-lhes uma pensão razoavelmente boa, que lhes servia para os gastos da casa e até mesmo o ajudou a pagar a faculdade.

Sua mãe e ele viviam bem, o dinheiro da pensão era suficiente e John arrumou um trabalho como jardineiro em uma academia, o que na época despertou seu interesse por cursar Educação Física. Conseguiu superar a morte do pai devido ao trabalho e aos estudos, não se permitia ter tempo para a melancolia.

No dia da sua formatura, John decidiu ir para o litoral com os amigos a fim de comemorarem na beira da praia. A festa durou até tarde, mas alguns não ficaram até o final, decidiram ir embora antes.

Quando pegaram a estrada já era madrugada. John dirigia seu Volkswagen Gol de 1990, na companhia de mais três amigos. Os rapazes estavam todos um pouco alcoolizados, apenas John estava sóbrio. Enquanto os demais dormiam em seus devidos assentos, John guiava o carro em uma velocidade razoável.

Pensava em tudo que havia conquistado até aquele momento. Tinha muitos planos em mente, havia escolhido a profissão perfeita, estava satisfeito com a vida. Recebera uma proposta de emprego do dono da academia onde trabalhava e passaria a ganhar o triplo do que ganhava como jardineiro.

O carro trepidava sobre o asfalto ainda em péssimas condições, por causa da iluminação precária, mal enxergava o caminho pela frente.

Sentiu o cansaço da noite cair sobre seu corpo. O sono principiou a incomodá-lo. Acreditava que conseguiria dirigir até chegarem a um local onde poderiam descansar melhor. Tentava fixar o olhar na pista, mas seus olhos pesavam. Esforçava-se para abri-los.

De repente, John percebeu que alguém atravessava rapidamente em frente ao seu carro. Achou que não conseguiria desviar o veículo e freou bruscamente. O carro derrapou na pista.

John estava ofegante. Perdera o sono imediatamente. Teve medo de ter atropelado alguém. Seus amigos continuaram adormecidos mesmo após o descontrole do carro, eles permaneciam em seus lugares como se nada houvesse ocorrido.

John olhou para fora do carro e não viu a pessoa que quase atropelara. A pista estava vazia, o lugar era ermo, não havia movimentação contínua de veículos.

Abriu a porta e desceu olhando para o matagal que circundava a rodovia. Teve a impressão de ver algo branco em meio à vegetação. Caminhou lentamente, espreitando. Tinha medo de ser uma armadilha de ladrões que roubam motoristas na estrada durante a noite.

Ao aproximar-se, viu que era uma pessoa que estava caída no chão. Apressou-se em tentar ajudá-la. Era uma mulher de longos cabelos louros. Pôde então ver um pouco melhor.

Após alguns segundos, esticou a mão para tentar vira-la e conferir se ainda estava viva. Mil coisas passaram em sua cabeça neste breve segundo. O que seria de sua vida se, mesmo sem querer, matasse uma pessoa?

Não precisou de esforço para virá-la. Ela moveu-se sozinha e olhou bem dentro de seus olhos. Ainda estava viva. Tinha ferimentos no rosto e nos braços, vestia apenas uma camisola branca e estava descalça.

John a ajudou a levantar-se e quis saber se a havia atropelado. Ela gesticulou negativamente com a cabeça e apontou para o outro lado da rodovia. Ele olhou, mas nada viu. Observando um pouco mais, notou que o sangue não era fresco, já havia secado.

Quis saber se ela precisava de ajuda, mas quando tentou pegá-la pela mão viu que já era tarde, pois ela já descia ribanceira abaixo escorregando.

O lugar tinha a altura de um precipício. Desistiu de tentar ir atrás dela para ajudá-la. Sabia que não teria escapatória para nenhum dos dois. Se descesse para ajudá-la ficariam os dois lá embaixo para sempre.

Observou-a até perder de vista e depois voltou para o carro.

Sentou-se e apoiou a cabeça no banco. Olhou no espelho retrovisor e nada viu, nenhum sinal de carros àquela hora da noite. Olhou novamente quando pensou ter visto um sinal de luz, qual não foi seu susto quando viu o rosto daquela mesma mulher estampado no espelho.

Empurrou rapidamente a porta e olhou ao redor do carro e, novamente nada, apenas o asfalto frio sob seus pés.

Sentiu medo como nunca havia sentido antes. Desta vez decidiu ligar o motor. Não havia mais nada para ver naquele lugar. Estava perdendo a razão, só poderia ser isso, o sono, o cansaço. Ou talvez estivesse com sentimento de culpa por ter deixado a mulher cair ribanceira abaixo.

Mas nada poderia fazer. Talvez ela não estivesse em seu juízo perfeito, poderia ter problemas mentais ou até teria escapado de alguma casa de recuperação para viciados em drogas. Muitas hipóteses passaram por sua mente, mas realmente não conseguia tirar aquela criatura de sua cabeça. O rosto pálido, quase inexpressivo, as feridas profundas no rosto, a camisola rasgada, os pés descalços, totalmente desprotegida. Poderia estar fugindo de alguém, mas agora não poderia mais saber, pois havia deixado que ela se fosse.

Dirigia sem prestar atenção na estrada.

Decidiu parar num posto policial próximo e alertá-los sobre o que havia acontecido. O máximo que conseguiu foram alguns risos e comentários maldosos de que estavam loucos. Seus amigos acordaram e os guardas perceberam que os rapazes estavam um tanto quanto embriagados demais. Fizeram todos descer do carro e foram obrigados a soprar no bafômetro. Após constatarem que John estava em condições de dirigir, liberaram o grupo.

John ainda insistiu para que os policiais fossem até o local verificar e um dos guardas foi obrigado a falar mais rígido com ele e mandar que fossem embora logo, pois não haviam visto nada. Olharam-no de um jeito estranho, como se ele estivesse realmente fora de si.

A partir deste fato a vida de John passou a ser um verdadeiro inferno. Em todos os lugares que olhava via o rosto daquela mulher. Uma espécie de culpa o estava enlouquecendo.

Havia começado a trabalhar na academia como personal trainer fazia alguns dias, mas já não mais conseguia se concentrar no trabalho. Até mesmo quando dava aulas na piscina via a mulher se afogando.

Decidiu pedir uma semana de descanso e, por ser muito querido em seu trabalho, foi dispensado. Disse à mãe que precisava ir para o litoral, alegou ter que resolver alguns assuntos particulares por lá. 

Ela não gostou muito da idéia, tinha medo que ele fosse viajar sozinho para aquelas bandas, pois a rodovia era muito perigosa. Ele a acalmou abraçando-a e prometendo que logo voltaria.

No fundo de seu coração não sentia que voltaria muito melhor do que estava indo. Tentaria saber sobre a morte daquela pobre mulher para tentar sossegar seu coração e sua mente.

Partiu logo.

Refez todo caminho daquela noite, porém, como ainda era dia, pôde ver a ribanceira de onde a mulher despencara. Era ainda mais aterrorizante agora. Parecia ser uma descida sem fim, cheia de obstáculos e pedras pelo caminho. Certamente ela não teria escapado da queda.

Talvez ela fizesse isto para atentar contra própria vida e havia conseguido. John então decidiu ir até cidade mais próxima e tentar descobrir algo mais sobre aquela noite, sobre aquela história, sobre aquela mulher.

Parou em uma lanchonete acolhedora e procurou fazer amizade com um senhor muito simpático que era o proprietário. Conversaram sobre muitas coisas durante à tarde. O velho morava ali há muito tempo e demonstrava estar por dentro dos acontecimentos locais.

Após ouvir todos os casos antigos que o velho tinha para contar, John decidiu perguntar sobre a mulher estranha.

— O senhor sabe se alguma pessoa foi encontrada morta numa dessas ribanceiras da rodovia?

— Por esses dias, não me recordo de nada, meu rapaz, e olha que sempre sei das coisas, pois os guardas rodoviários sempre almoçam por aqui. Geralmente sou o primeiro a saber dos acidentes. Mas por que pergunta?

— Apenas curiosidade. É que num dia desses pensei ter visto alguém cair da ribanceira. Devo ter me enganado.

O velho olhou-o de canto de olho.

— Pensou ter visto ou viu realmente alguém?

— Bem... — John pigarreou. — Na realidade tenho certeza de que vi alguém caindo lá de cima. Era uma mulher, ainda jovem, loira e vestia uma camisola branca. Eu dirigia meu carro pela rodovia, quando a vi atravessar correndo em minha frente. Eu tive medo de atropelá-la, mas isto não chegou a acontecer. Parei meu carro e desci para ajudá-la. Parecia ferida, mas não havia sido minha culpa, ela já atravessara a rodovia naquele estado.

O velho o olhava descrente.

— Talvez fosse uma dessas mulheres de vida fácil que andam pelas estradas à procura de dinheiro. Provavelmente algum cliente tivesse resolvido prestar contas com ela e deu nisso.

— Não sei bem. Não acredito nisso. Algo me diz que há muito mais nesta história. Voltei até aqui para comprovar que o corpo dela ao menos havia sido encontrado. Nas cidades menores, as notícias correm sempre muito rápido.

— Sei, meu jovem. Como já lhe disse, sempre fico sabendo de muitas coisas que acontecem por aqui, das novidades, mas esta história ainda não caiu nos meus ouvidos. Talvez se perguntar a mais pessoas consiga tirar suas dúvidas.

— Sim, farei isto! Obrigado pelo café. Seguirei viagem.

— Tenha um bom dia e boa sorte!

Despediram-se.

John procurou por uma pousada simples de veraneio, para poder repousar e continuar sua investigação no dia seguinte. Preferiu descansar neste dia.

Na manhã seguinte, acordou mais disposto. Ligou cedo para sua mãe e disse que tudo estava indo bem.

Saiu logo após o café. Vasculhou a cidade à procura de notícias e nada conseguiu. Chegou até mesmo a procurar num hospital e delegacia, o último lugar que lhe restara foi mesmo o necrotério local.

Chegou na recepção e passou alguns detalhes sobre a pessoa que procurava, e aguardou enquanto a recepcionista procurava nos registros. A princípio ela não encontrou nada, mas pediu que ele fosse até uma outra sala e conversasse com um homem chamado José.

John foi até a sala citada pela mulher. Aguardou na entrada até que o homem terminasse uma ligação telefônica. Enquanto esperava imaginava o quanto estava sendo louco levando a história toda adiante.

Procurando por uma pessoa que ao menos conhecia. Só porque a via em seus sonhos e por todos os lugares que andava. Estava perdendo tempo naquele lugar. Parado naquele corredor gelado de necrotério pensou em desistir de toda aquela busca que parecia em vão. Logo que começou a caminhar para sair dali, o homem o chamou, e convidou-o a entrar.

Sentaram-se os dois. O homem era frio como mármore. Revirava algumas folhas de papel sobre sua mesa sem ao menos olhar para John. Levou alguns minutos observando os papéis e logo em seguida lembrou-se de que o rapaz estava em sua sala.

— O que deseja, senhor John? — Perguntou ele sem tirar os olhos dos papéis.

— Bem, procuro uma pessoa que, creio eu, esteja morta.

— Se veio até aqui acho que seja por isto. De quem se trata?

John não demonstrou reação quanto ao comentário dele.

— Bem... Há alguns dias passei pela cidade e presenciei uma cena na rodovia que me pareceu estranha. Vi uma mulher atravessar a pista e depois cair da ribanceira. Tentei ajudá-la, mas não consegui. Apenas gostaria de saber se ela realmente está morta, se foi encontrado seu corpo ou se foi socorrida.

— Preciso de nomes ou de uma descrição física. A maioria dos corpos que aqui chegam passam pelas minhas mãos e tenho uma ótima memória, geralmente me lembro de todos.

— Ela era loira, jovem, bem magra, tinha alguns ferimentos pelo corpo, seus olhos eram negros e penetrantes. Parecia fugir de alguém.

— Pela data que me deu, não tenho registros de nenhum corpo nestas condições, meu caro John. Tem certeza quanto aos dados que me forneceu?

— Em absoluto, senhor. Guardei bem até demais aquela fisionomia.

O homem olhou por debaixo das lentes dos óculos fundo de garrafa.

— Sei... Então sinto em lhe afirmar que não passou por este necrotério nenhum corpo com esta descrição. A cidade é pequena e atendemos também as regiões ao redor, e mesmo assim não tenho nenhum corpo aqui que se pareça com o que procura.

John imaginou que a resposta seria essa. A cada minuto sentia-se mais atordoado.

— Eu só queria poder ir embora e esquecer tudo isso. — Desabafou ele.

— O que disse?

— Nada. Apenas estou cansado. Faz dias que estou com esta mulher na minha cabeça. A vejo em cada canto que olho. É loucura, mas estou vivendo isto. É como se eu precisasse saber se ela está realmente morta.

— Em que trecho da estrada isto aconteceu?

— No quilômetro cento e sessenta e seis. Exatamente no trecho daquela curva mais acentuada.

Desta vez o homem mudou o seu semblante. Coçou a cabeça um instante e depois caminhou até um arquivo próximo. Revirou documentos por várias vezes até tirar de lá uma pasta. Voltou para sua cadeira e se sentou frente a John, remexendo novamente as folhas amareladas daquele documento antigo.

— A princípio, eu achei a sua história meio complicada demais, mas agora estou me recordando de algo.

John tentava entender.

O homem continuou.

— Há exatos vinte anos atrás, nesta mesma rodovia e neste mesmo trecho aconteceu um crime. Era noite quando uma mulher foi atacada nas matas que circundam a rodovia. Um homem a perseguiu e a agrediu quase até a morte. Ela conseguiu escapar do agressor, mas quando tentou atravessar a rodovia para se salvar, um carro que vinha em alta velocidade a atropelou jogando-a no acostamento. O motorista imprudente não prestou socorro e a deixou agonizar à beira da estrada até a morte.

John, a esta altura, já não compreendia mais nada, sentiu seu corpo gelar mais que os corpos que jaziam nas geladeiras daquele necrotério.

O homem pegou uma foto e mostrou a ele.

— Por acaso, a mulher que viu se parecia com esta?

John apanhou a foto e segurou firmemente como se quisesse que ela não lhe caísse das mãos. Parecia incrível demais, mas era a mesma mulher que havia visto e tentado ajudar dias atrás.

Era ela mesma.

— Pois se for esta mesma, meu jovem, digo-lhe que se não estiver realmente enlouquecendo, tome cuidado.

— E por que diz isto?

John saíra do transe.

— Digo por que sei os mistérios que cercam este lugar. Convivo diariamente com a morte e acredito somente em fatos concretos, mas quanto a este caso sou obrigado a dar meu braço a torcer. Muitas mortes são causadas anualmente por causa desta aparição. Acidentes misteriosos, onde geralmente se contam os mesmos fatos. Os motoristas tentam se desviar de uma mulher de branco e acabam se chocando com outro veículo ou caem na ribanceira. Aqueles que escapam com vida contam a mesma história, de que tentaram desviar de uma mulher vestida de branco, mas jamais alguém consegue encontrar esta pessoa.

— Então o senhor acha realmente que foi ela quem me apareceu?

— Não acredito muito em mortos que voltam de suas tumbas mas, neste caso, tenho que admitir. Tudo é muito provável, meu jovem. Acontecimentos sobrenaturais aparecem cada vez mais por aí. Ainda não tive um desses, mas conheço muitos que tiveram. Existem muitas coisas para serem provadas ainda. Você teve muita sorte em sobreviver e não sofrer um acidente. A partir de agora dê mais valor à sua vida para que não vá parar tão cedo em um freezer de necrotério por aí. Siga seu caminho e procure esquecer esta história. Tudo pode prosseguir quando há vida.

— Provavelmente. Agradeço pela ajuda, senhor José. Foi útil.

John despediu-se rapidamente daquele homem e partiu. Decidiu voltar imediatamente para casa. Acertou as contas na pousada em que ficara e pegou estrada no comecinho da noite.

Dirigia desesperadamente com ânsia de chegar logo em casa. Tudo o que o homem lhe contara repassava várias vezes por sua mente. Era muito insano, mas parecia ser verdade. John queria ir embora o mais rápido possível daquele lugar.

O céu estava negro e não demorou muito a cair uma tempestade. John esforçava-se para enxergar, a estrada era estreita demais e a chuva torrencial não lhe permitia uma boa visão do caminho. Enquanto pensava se não seria melhor ter ficado na pousada, não pode ver que, logo em sua direção, vinha outro veículo em altíssima velocidade, com os faróis desligados, falhados talvez, e o choque seria fatal entre os dois veículos. John agora corria perigo de vida.

Mas John forçou um pouco mais a visão e viu um vulto branco logo à frente. Era ela. Assustou-se e desviou o carro para não atropelá-la. Jogou o seu carro no acostamento, enquanto o outro veículo, uma carreta, imediatamente passou pelo seu carro, buzinando.

John suava frio e sua respiração estava ofegante.

Pouco tempo depois, outro carro parou para prestar socorro. Algumas pessoas foram até ele verificar se tudo estava bem. John não teve sequer arranhões. Estava tonto ainda, mas teve tempo de ver ao longe a mulher de branco caminhando lentamente pela rodovia, com o vento da tempestade balançando os seus cabelos.

John sentiu que a mulher permitiu que ele pudesse viver, por algum motivo que ele não compreendia ainda. Mas ela fez muito mais que lhe dar uma chance, ela salvara sua vida. Ele a merecia por ter sido o único que realmente se importara em saber o que havia acontecido com ela. Por ajudar a desprendê-la dos fatos que causaram sua morte. Por tentar ajudá-la.

John voltou para os braços de sua mãe, incrédulo pelo que havia acontecido, mas ciente de que o sobrenatural deve ser respeitado em todos os seus segredos.

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Lina Stefanie

Biografia

Lina Stefanie - nasceu em São Lourenço da Serra, São Paulo, em 1982. Graduada em Letras, é professora de Língua Portuguesa e inglesa na rede pública estadual. Publicou nas antologias
literárias Caminhos do Medo — Vol II,  Amores (Im)possíveis, da Andross Editora e Antologia Vírus Z da Navras Editora. Mantém o blog linastefanie.wordpress.com


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